A evolução do mercado de energia é constante e os próximos anos prometem uma expansão da comercialização e produção elétrica.
Em 2023, o Brasil foi afetado por um “apagão” em algumas regiões do país, fato que demonstrou a importância das hidrelétricas para manutenção da estabilidade energética nacional em casos de crise. Além disso, o El Niño contribuiu com as reservas no Sul, mesmo causando secas no Norte e Nordeste. Com um sistema interligado, o Brasil conseguiu fechar 2023 com a estrutura energética atendendo a população de forma eficiente.
Perspectivas de impactos no setor elétrico nos próximos anos:
Para entender os cenários futuros, é necessário analisar alguns pontos-chaves levantados por Sérgio Augusto Costa, colunista do portal de notícias EPBR, fundador e Presidente Executivo da Associação Brasileira de Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis (ABHIC), Fundador e CEO da VILCO Energias Renováveis e da EMD Brasil. Os pontos comentados por Sérgio são:
Abertura do Mercado de Energia Elétrica:
Prevista para janeiro de 2024, a abertura do mercado para consumidores em alta tensão indica uma forte migração nos próximos anos. Isso abre oportunidades para novos projetos e serviços, estimulando o crescimento do mercado livre. No entanto, a confirmação da abertura total ainda está em pauta, sujeita a desafios técnicos e regulatórios. A estimativa é de que 220 mil Unidades Consumidores façam parte do novo mercado.
Segurança e Flexibilidade Operativa do SIN:
Com cerca de 30% da capacidade instalada proveniente de fontes intermitentes, como eólica e solar, o SIN enfrenta desafios na estabilidade sistêmica, exigindo esforços do Operador Nacional do Sistema (ONS) para equilibrar a oferta e a demanda de eletricidade. O retorno de hidrelétricas é uma excelente oportunidade para amenizar esse cenário nos próximos 5 anos, pois são fontes renováveis que contemplam armazenamento de energia, estabilidade sistêmica e flexibilidade operativa por serem despacháveis.
A preocupação com a economia sustentável:
Com a aprovação da reforma tributária, a agenda governamental se volta para a sustentabilidade. Entre os destaques, o mercado de redução de emissões de carbono indica que fontes renováveis, como a hídrica, serão mais positivas.. Atualmente, o Brasil tem capacidade total instalada de geração em 193 GW, sendo o 7º país no mundo em capacidade instalada, e o 3º maior produtor de energia renovável, perdendo apenas para EUA e China. Além disso, a proporção de energia renovável brasileira é de 85%, com estimativas investimentos de US$ 200 bilhões nos próximos 20 anos, com capacidade de dobrar a matriz elétrica.
O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões deverá ser regulamentado nos próximos anos, para cumprir os acordos de clima e reduções de gases que provocam o efeito estufa, fazendo com que as indústrias e investimentos elétricos cumpram seu papel de tornarem-se cada vez mais sustentáveis e menos poluentes.
Fontes renováveis, como solar e eólica, precisarão do apoio da hídrica:
Para Colin Clark, vice-presidente da Brookfield, com o aumento de investimentos em energia solar e eólica, as usinas hidrelétricas terão papel fundamental no apoio à segurança da matriz energética por serem de vida útil longa, flexível, despachável e capazes de fornecer armazenamento com reservatórios e sistemas de bombeamento.
Mercado de energia hidrelétrica se mantém estável em 2024:
Segundo levantamentos da agência Fitch Ratings, o aumento esperado para 2024 é de 1,3%, uma média relativamente estável, com projeção de forte liquidez, beneficiando-se com o amplo acesso a fontes de financiamento. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), já confirmou novas 20 pequenas centrais hidrelétricas na Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. O investimento chegará a R$ 1,3 bilhão.
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